sexta-feira, 15 de maio de 2009

Quero que o mundo se dane... *


Então teve a Virada Cultural na Cidade de São Paulo nos dias 02 e 03 de maio.
E eu fui. E fiz o centro antigo de São Paulo de ponta a ponta.
E sim, este texto é retardatário.

Acho fabuloso esse evento porque ele te permite 'conhecer' uns lugares, ruas do centro de São Paulo que só se encontrando em um estado mental alterado você, em um dia normal, se atreveria a passar às 2h, 3h da manhã... e eu super animada nessa mega festa cultural começando a noite do lado da cracolândia. Fantástico ou não?


Para quem não conhece a Virada Cultural ela acontece na cidade de São Paulo uma vez por ano desde 2004 e é sempre em um fim de semana, começando às 18h do um sábado e indo, non stop, até às 18h do domingo. São shows, filmes, peças, intervenções, exposições, apresentações diversas acontecendo em diversos pontos da cidade. O metrô e os trens funcionam madrugada a dentro o que torna possível presenciar a hora do rush às 2h30 da manhã! Em 2007 eu peguei o metrô nesse horário e desacreditei na luta que foi entrar em um vagão. Esse ano, em algumas estações para evitar tumulto, a galera tinha que entrar em pequenas levas. Isto é, tinha que esperar para usar o metrô e a única atração curiosa pra ver no metrô era a galera tombada, largada nos cantos. Quando digo tombada não é de cansaço não, é por falta de consciência mesmo.
Eu fiquei das 21h do sábado até às 15h30 do domingo participando da Virada. Vi muita coisa e deixei de ver muita coisa mas o que valeu mesmo nesse ano foi:

FILMES DE TERROR NO CINE DOM JOSÉ


Fui com meus amigo pra lá assistir 'Planeta Terror' e o lugar estava lotado. O cinema tinha cara de decadente e no hall de entrada tinha como decoração apenas um poster. E de que filme era o poster? CABARET! Com a Liza Minelli!!! De que século era aquele poster? A partir daí era só somar dois mais dois para deduzir que esse foi o único poster que acharam perdido no cinema e que não era de um pornozão forte. Uma sala de cinema no centro antigo de São Paulo sem ser o Olido para mim é cine pornô. Quando conseguimos entrar na sala estava no meio do filme 'DellaMorte DellAmore'. Ficamos em pé, no fundo da sala naquela histeria da galera berrando nonsenses e gritando a cada tiro, a cada cena mais nojenta. Quando entrei na sala fiquei pensando: 'Que nojo esse povo sentado nessas cadeiras, NO CHÃO! Será que eles não desconfiam que tipo de sujeira os clientes habituais do recinto deixam por ali durante a semana? Argh!'. Mas o cansaço superou o nojo e assim que vagaram algumas cadeiras eu e meus amigos sentamos. Bem, pelo menos já tinha passado por ali algumas pessoas desde às 18h o que já dava pra levar embora na roupa qualquer resíduos não limpo na cadeira... a não ser que alguém que seja cativo do cine não tenha se entimidado por causas dos zumbis e se entregou, mesmo assim, ao onanismo o que acho pouco provável mas como tem tara pra tudo nesse mundo... okay okay é melhor nem desenvolver a idéia.

Mesmo assistindo somente metade do filme 'DellaMorte DellAmore' já me tornei fã. Absurdo, triste e engraçado. Adorei. E tem umas frases espetaculares no roteiro como: 'A morte - Este palhaço delirante!'. Intenso. Agora eu só preciso saber onde consigo esse filme.

Eis que chega a hora de 'Planeta Terror'. A criatura que estava fazendo a projeção dos filmes (aka trocando os dvds) adiantou o trailler do 'Machete'. Fiquei indignada e ainda bem que não fui a única. Todo mundo começou a gritar pro cara passar o trailler e acabaram voltando o filme. Acho que se estivessem passando 'Trovão Tropical' ia acontecer a mesma coisa.

Já havia assistido 'Planeta Terror' e assisti-lo novamente naquele pandemônio foi surreal e maldito seja o homem do colete com bigodinho de vem cá meu puto que jurava estar convergindo holofotes enquanto bebia uma coca-cola encostado em um canto da sala.

SHOW DO ODAIR JOSÉ NO LARGO DO AROUCHE


Fui almoçar com meus amigos na Liberdade e acabei perdendo a primeira música do show. Quase tive um AVC quando um senhor me avisou que a primeira música dele foi 'A noite mais linda do mundo (a felicidade)'. Como assim?! No meu perfeito set list imaginário era para ele fechar com ela! Fiquei putíssima por ter perdido essa música mas nem por isso o show perdeu seu encanto. Acho que dava pra contar fácil quem ali tinha menos de trinta anos (eu, meus amigos, um jornalista da Folha, um cara da revista Piauí, alguns fotógrafos e outros jornalistas - foi onde eu vi mais jornalistas na Virada).

Chegamos no show com ele cantando 'Essa noite você vai ter que ser minha'. A galera sabia as músicas dele e cantava junto (eu no balaio, claro). O show foi só dos clássicos e foi bem rádio também, dedicou música, desejou feliz aniversário para uma fulana que estava na platéia e mandou um recado em um papel avisando que fazia aniversário naquele dia, autografou vinil, recebeu flores e cantou com o Zeca Baleiro o que pra mim foi um pusta disperdício de tempo porque ele acabou cantando 'Eu, você e a praça' duas vez já que o Zeca Baleiro tinha regravado a música questão. Se não fosse isso teria dado tempo para ele cantar 'Ela voltou diferente'. Meu amigo Thi queria ouvir 'Uma vida só (pare de tomar a pílula)' e ele não se decepcionou. Foi uma tarde de clássico não só no futebol mas também naquela praça ao som de 'Eu vou tirar você desse lugar', 'Deixe essa vergonha de lado', 'Na minha opinião', 'Que saudade de você', 'Vida que não pára' entre outras. A tarde estava ensolarada, a galera animada e o show terminou com 'Cadê você?'. Ouvir todo o Largo do Arouche cantando o refrão dessa música a pleno pulmões foi mágico. Super! Deveria ter sido um show de duas horas!

Ah tá, esqueci de avisar: Eu adoro as músicas do Odair José.

* Essa frase é da música 'Na minha opinião' que causou comoção na galera com os versos: 'Na minha opinião o importante é se querer, assinar papel pra que, isso não vai prender ninguém...'. Ahhh gente, Odair pra vida!