segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Por quê?

Ei.
Por que eu tive de te conhecer?
Por que eu tenho de te amar?
Por que, quando eu te amar, eu tenho de sofrer?
Por que eu tenho de te querer?
Por que nós sonhamos juntos,
e criamos nossos reflexos no outro,
pensando que nós éramos espelhos,
imagens de um ego ainda rouco?

Por que quando nos amamos
não criamos um teatro de cômicos,
de sátiros atores da noite,
damos cores aos nossos paraísos,
esquecemos do asfalto e do preciso,
vivemos na areia dos doces contos?

Por que você trouxe suas bonecas quebradas,
e não jogou os cacos de louça fora?
E assim, com caco por caco,
foi cortando nossos laços,
sangrando o sentimento embora?

Por que esse meu batom colorado,
me lembra de você tão loucamente?
Por que eu te gosto assim, tão imperfeito,
tão mentalmente intruso, tão roubado e tão ladrão,
tão rabiscado no meu rubro tom?

E você caligrafou no meu corpo
eu te disse que foi pouco a pouco
escrevemos um poema de loucos
um amor de caboclos
um delírio de poeta
o idílio dos profetas
o clichê delícia e banal
mas você foi vírgula, e eu, ponto final.

3 comentários:

Marianna Portela disse...

Maravilhoso, Polly. De verdade. Vou até imprimir. =D

Paula disse...

Thanks, honey :)

Thuan Carvalho disse...

muito bom mesmo.
=]]