sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Saudade


Daquela amoreira.
Daquela piscina de plástico.
Daquele churrasco no domingo.
Daquelas dancinhas com as primas.
Daquelas primas.
Daquela bola batendo na parede.
Daquela rede.
Daquele bisavô.
Daquela fantasia.
Daquela mandioca frita grudando no guardanapo.
De ir na padaria usando aquele Rider rosa e a mão do meu pai.
Daquela professora.
Daquele elástico de cabelo da Pakalolo.
Do tlin-tlin do gelo daquele copo de uísque do vô.
Daquela melhor amiga que ia ser pra sempre.
De falar mal do cabelo daquela menina mais popular da quinta série.
De gostar daquele menino.
Daquele palco.
Daquela piscina com cloro e touca.
Daquela aulinha de inglês.
Daquele seriado.
Daquele diário.
Daquele quintal.
Daquela gatinha malhada.
Daquela festa que não deu pra ir.
Daquele pijama velho cor-de-rosa.
Daquele macarrão à bolonhesa.
Daquela bala juquinha.
Daquele machucado no joelho.
Daquele ipê.
De ouvir aquela fitinha no walkman.
Daquele CD que gravaram pra mim.
Daquele avião.
Daquele frappuccino do Starbucks.
Daquela vista.
Daquele bolo de aniversário.
Daquele livro que foi lido 37 vezes.
Daquela cidade.
Daquele mar do outro lado do mundo.
Daquela blusinha roxa.
Daquela paixonite aguda.
Do beijo daquele moço.
Do carinho daquele outro.
Das velas daquela noite.
Daquela música que eu cantei na chuva.
Do pôr-do-sol daquela montanha.
Do nascer do sol daquela praia.
Daquele dia que eu descobri que eu podia.
Daquela menina.
Daquela mulher.
De mim.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pássaro Dourado

há um mês, parti em mais uma aventura
ouvindo, do inferno, o poeta
bater firme em seu teclado
perfumando os dias com boemia,
e toda sorte de histórias mal contadas

foi assim que finalmente chegamos
eu e os piratas, à cidade grande
saboreando o cinza, do céu ao chão,
a cada nova curva, rostos cansados,
sussurros, indiferença, beleza
e chuva cortante feito aço...

ouvimos os sábios, cantamos com os ciganos
desbravamos terras, saqueamos tesouros
ofendemos, rimos e choramos
eu e a trupe reunida
sob a balada de uma velha japonesa

até que uma noite, uma noite infernal
costurada com estrelas e linho,
o vi pousar na minha frente
feito um grande pássaro dourado,
livre e ligeiro como o vento de novembro
sem dizer palavra, sem fazer gesto
pousou e deixou-se ficar, manso
até que eu me aproximasse

e ao lhe perguntar o nome,
ele sorriu através dos seus olhos
e me disse que era um homem de paz
e que seus amigos lhe chamavam de messias

e seus cabelos tecidos com fios de sol
escorriam sorriso abaixo
e seus olhos foram o oceano de águas claras
em que eu mergulhei e acabei me afogando

logo eu, pirata do velho mundo
açoitada com toda sorte de desventuras
logo eu, me peguei sonhando de novo.


Danielle Chinaski

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Querer


O amor pra mim é querer.

Querer alguém que não te quer.

Ser querido por alguém que você não quer.

Querer querer alguém que te quer mas você não consegue querer de volta.

Saber que você é tudo para alguém, que a pessoa daria tudo pra ficar com você, cuidar de você, ser cuidada e simplesmente sentar e ser feliz até os sessenta e quatro anos, tomando uma garrafa de vinho e tricotando perto da lareira. E querer querer a pessoa. E querer gostar, querer querer cuidar. E querer querer ser cuidado. Querer querer amar. E não poder.

E querer alguém que não te quer, que não pode te querer, que pode até querer te querer mas não consegue. Te faz se sentir o piolho da pulga no capacho. E você não quer querer, você não quer querer que a pessoa te queira, mas é impossível deixar de querer a pessoa, deixar de querer que ela te queira.

E aquele que não quer, sempre machuca, mesmo não querendo. Ou às vezes machuca porque quer.


Deve existir um outro tipo de amor.

Um amor onde aquele que quer também é querido.

Mas esse eu não conheço.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sanguinho novo no blog!



Se joga, Mari!

domingo, 7 de setembro de 2008

7 de Setembro

Um 'olá' especial para os brasileiros. Hoje é 7 de Setembro e tô aqui pra mais um post nacionalista(?). Mas não quero falar sobre história do Brasil, quero lembrar de algo mais recente, as Olimpíadas. Mas antes, quero lembrar também de algo menos recente, A Guerra Fria. Todos sabemos que na Guerra Fria, os jogos olímpicos eram mais um instrumento de propaganda nacionalista em que os poderosos mostravam para o mundo o potencial do seu povo e do seu país. Se considerarmos esse pensamento nos dias de hoje (e depois do desempenho da China, vejo que esse pensamente ainda não desapareceu), verificamos que o Brasil ficou atrás de grandes potências (heheheh) como o Quênia e a Etiópia, disputando palmo a palmo contra países como Zimbábue e Mongólia um lugar melhor no ranking:



(quadro da uol)

Inspirado pelo pensamento da Guerra Fria e pelo desempenho do Brasil nas Olimpíadas, eu fiz uma pequena intervenção num conhecido poema de Manuel Bandeira. Ficou assim:

Vou-me embora pra Etiópia

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a medalha de ouro que tanto quero

Na modalidade que escolherei

...

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pódio em primeiro

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pro Quênia

Lembro um professor de história dizer que para entendermos com facilidade a história do Brasil era só pensar nos poderosos 'colocando no cu dos não poderosos' (claro que com outras palavras). Então você leitor pode usar mais ou menos dessa ideía para continuar esse poema ou para entender melhor porque o Brasil não ficou nem entre os 10 primeiros sendo que estamos entre as 10 maiores economias mundiais. Mas agora sem ironia, quero paranabenizar os atletas que conseguiram alguma medalha ou simplesmente se classificar para os jogos. Eu fui aluno de escola pública, já participei de eventos esportivos financiados pelo Estado e pude verificar a precariedade do apoio que Estado fornece para o Esporte. Vai lá Brasil, tô aqui rezando.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Índias



Existe uma mulher que ainda é livre no mundo.
Essa mulher é a índia.
É a única mulher que ainda não se perdeu na neurose de ser a mais bonita, a mais atraente, a mais sexy , a com melhor vida sexual, a mais gostosa, a mais desejada , a mais qualquer coisa.
Elas apenas vivem, e expõem seus corpos livremente, corpos estes anos-luz longe de serem o corpo de uma Jessica Alba, e por isso mesmo tão perfeitos. Vivem sua naturalidade plenamente, sem qualquer malícia, sem qualquer competição débil e invejosa por um macho . Apenas vivem. Suas pinturas , seus cabelos, estão mais atrelados a uma tradição tribal do que a um intuito de atrair o sexo oposto.
Porque as índias, que não foram corruptas pela brutalidade da cultura ocidental, sabem que , antes de serem objetos sexuais masculinos , elas são MULHERES. Mulheres que devem participar da sociedade, que devem expressar suas opiniões na comunidade em que vivem , trabalhar, viver em coletivo , INFORMAREM-SE A RESPEITO DE TUDO QUE PUDEREM , e não viverem presas a um mundinho fútil e infeliz em que os assuntos giram a respeito do cara que elas vão pegar ou já pegaram, da chapinha que vão fazer ou já fizeram , da menina bonita da sala ou da menina ridícula da sala.
Todas as mulheres ocidentais deveriam nesse momento tomar vergonha na cara e verem o quanto são ridículas, o quanto são imersas em inveja , competição e desespero. O quanto saem de casa desesperadas para serem notadas pelos outros homens, mas, principalmente , pelas outras mulheres. Enfim, o quanto são medíocres e cegas, pois não enxergam o quanto estão presas às suas próprias vaidades, próprios desesperos, ganâncias e narcisismos.

Existe uma mulher que ainda é livre no mundo.
Essa mulher é a índia.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tundra's Echos of Folk Lore


Fechando a série ‘Cansei de músicas americanas e letras em inglês’ disponibilizo aqui a prometida ‘Coletânea Legal #2 do Felipe – Tundra’s Echos of Folk Lore’. As músicas são calmas e bonitas, a maioria com vocais masculinos graves e limpos. Selecionei músicas que podem ser ouvidas pelo mais fiel fã de blackmetal até o mais descolado rocker moderninho. Até sua avozinha pode acabar gostando dessa compilação. Se você odiar, você deve ser micareteiro, fã de Fratellis ou teu cérebro definhou devido ao monopólio do mainstream. Eis a congelante tracklist:

1. Isengard – Landet og Havet
2. Ulver - Kledt I Nattens Farger
3. Ulver – UlvsBlakk
4. Falkenbach - ...the ardent awaited land... (sim, essa é em inglês)
5. Vintersorg – Straolar
6. Otyg - Mossfrum Kolnar
7. Empyrium – Nebel
8. Empyrium - Fortgang

Olhando pra essa tracklist, percebo que juntei algo precioso, portanto, novamente, façam bom proveito. Link: http://rapidshare.com/files/132267789/Tundra_s_Echos_of_Folk_Lore.rar.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

Da série: 'cansei de músicas americanas e letras em inglês'.


‘Gypsy Spaghetti for the Puerto Rico’s Sultan’ é a nova ‘Coletânea Legal do Felipe’ que apresento aqui para vocês leitores desse blog que assim como eu, sentem-se um pouco saturados com enlatados norte americanos e letras em inglês. Você que procurou ouvir Amy Winehouse ou Sigur Rós para sair um pouco da rotina, mas acabou cedendo aos impulsos da repetição desenfreada de músicas, pode agora viciar-se em algo que ainda (acho) não é so last week. A compilação conta com músicas em árabe, lombardo e espanhol... de inglês só tem o título, primeiro porque meu espanhol es muy fueda e depois porque se eu escrevesse em tupi ninguém entenderia bulhufas. Não fique com medo de degustar esse prato cheio, você só precisa ser um pouquinho open minded para provar, se eu que escuto blackmetal e adoro os artistas dessa coletânea você têm grandes chances de gostar. Não é rock, nem metal, nem indie, nem bossa nova, nem folk e nem punk... são músicas de qualidade que podem ajudar muito você a sair da fossa dançando. Eis a exótica tracklist:

1. Thierry “Titi” Robin – Rumba do vesou II
2. Thierry “Titi” Robin – Mehdi
3. Davide Van De Sfroos – Madame Falena
4. Davide Van De Sfroos – Paradiso dello Scorpione
5. Amr Diab – Nour Alain
6. Cheb Mami – Tzazae
7. Taha, Khale e Faudel – Les Ailes
8. Don Omar – Guyaquil

Metade dos artistas dessa coletânea, foi meu amigo Vinícius "Jango" que me indicou anos atrás, então dedico esse post a ele. Devo dizer também que já estou com ciúmes de compartilhar essas músicas com vocês, então façam bom proveito, hehehe. Segue o link:
Já estou progamando meu próximo post que será a coletânea Escandinavian Folk, chutando pra longe a hipocrisia porque hoje baixamos mp3 até em blog de culinária. Abraços.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

से उम् विअजनते एम् उमा नोइते दे इन्वेर्नो *

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Pela segunda vez eu tento ler esse livro do Italo Calvino. Gosto muito da maneira que o Calvino escreve e seu texto é ótimo mas esse livro é um martírio para mim. Começo a acreditar que para ler 'Se um viajante em uma noite de inverno' você necessite de uma boa vontade imensa! Agora entendo uma prima minha, para quem eu emprestei o livro 'Suave é a noite' do F. Scott Fitzgerald, que levou uma vida para lê-lo. Não conseguia entender como uma pessoa como ela - que lê um livro em dois dias - estava demorando dois meses para ler Fitzgerald que é maravilhoso. Nem ela conseguia explicar mas conseguiu terminar o livro e o achou lindo. Acho difícil o Calvino me decepcionar - tanto que ainda continuo lendo o livro! - mas espero terminar esse livro e descobri-lo realmente fantástico.

Não dá para dizer do que o livro se trata.
Não dá para fazer uma sinopse da história até onde eu li.
Esse é o primeiro livro que eu leio e que eu não sei explicar sobre ele... mentira, teve o 'Catatau' do Paulo Lemiski.
Então, esse é o segundo livro que eu não sei explicar sobre o que se trata. Na verdade daria até para dar uma idéia mas isso mataria o início do livro para quem pretende lê-lo e também porque tudo pode mudar drasticamente nas próximas páginas.

Uma coisa que eu posso escrever aqui sem causar danos a leitura é a lista que está no início do livro, no primeiro capítulo. O autor fez um levantamento dos 'tipos' de livros que existem. E percebi que, inconsciente, eu também divido os livros que eu conheço dentro desses critérios.

Algumas categorias que o autor apontou:

- Livros cuja a leitura é dispensável;
- Livros para outros usos que não a leitura;
- Livros já lidos sem que seja necessário abri-los;
- Livros já lidos antes mesmo de terem sido escritos;
- Livros que, se você tivesse mais vidas para viver, certamente leria de boa vontade, mas infelizmente os dias que lhe restam para viver não são tantos assim;
- Livros que tem a intenção de ler mas antes deve ler outros;
- Livros demasiado caros que podem esperar para ser comprados quando forem revendidos pela metade do preço;
- Livros que poderia pedir emprestados a alguém;
- Livros que todo mundo leu e é como se você também os tivesse lido;
- Livros que há tempos você pretende ler;
- Livros que procurou durante vários anos sem ter encontrado;
- Livros que dizem respeito a algo que o ocupa neste momento;
- Livros que deseja adquirir para ter por perto em qualquer circunstância;
- Livros que gostaria de separar para ler neste verão;
- Livros que lhe faltam para colocar ao lado de outros em sua estante;
- Livros que de repente lhe inspiram uma curiosidade frenética e não claramente justificada;
- Livros que você leu há muito tempo e que já seria hora de reler;
- Livros que sempre fingiu ter lido e que já seria hora de decidir-se a lê-los realmente.

Não sei vocês mas eu consegui colocar uma porrada de livros nas categorias acima. Espero, com afinco, não exilar o 'Se um viajante em uma noite de inverno' na última citada...





* Gente, não faço idéia que língua seja essa mas o título desse texto é 'Se um viajante em uma noite de inverno'.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Baby come back!

Quem consegue adivinhar quem é a mini Minnie Mouse da foto?










A mini Minnie Mouse é a Amy Winehouse.
Amy já foi uma garotinha de olhar distante e ingênuo. É triste saber que a cantora incrível e criativa e brilhante que é Amy, que hoje se encontra na beira do fundo do poço, já foi um dia assim - uma menininha meiga, fofa, feliz e cheia de sonhos. Essa história se repete, sim, porque já teve um cara que foi o menininho meigo, fofo, feliz e cheio de sonhos que virou um insano drogado e cuja música eu sou muito fã : IGGY POP. E quem é fã de Iggy Pop sabe reconhecer de longe suas crias artísticas , e uma das mais célebres é Amy.
Porque um dia Amy já foi assim:

Sim, assim. Bonitona, cabelo sedoso, chiquérrima, praticamente uma socialite. E quem diria que a moça que era La finesse inglesa ia passar disso...

.... para isso?

Eu sinceramente gostaria de entender qual foi o gap emocional-financeiro-circunstancial que fez Amy dar essa queda tão grande de nível em sua vida. Que as drogas tiveram um papel muito importante nisso tudo, a gente sabe, mas eu gostaria de saber a base psicológica de tudo isso. Alguma coisa aconteceu dentro da mente da moça, e na nossa mente só fica a dúvida do que foi.
Enquanto eu via essas fotos, essa retrospectiva da vida de Amy, vi que ela foi uma adolescente normal, feliz, que tirava aquelas fotos mostrando a língua como qualquer um de nós já tirou, que foi a criança com roupinhas feitas pela avó, que vivia com o cabelo despenteado tal como nós vivíamos quando crianças, que fazia quase tudo que a gente fazia. Que era igual aquela nossa amiga , a nossa prima, a nossa vizinha.


E hoje ficou assim. Amy está jogando uma vida de talento e de genialidade musical fora, tudo por causa de seus fantasmas pessoais. E isso é angustiante. Temo que ela vire outra Iggy Pop, outra mente genial que se perdeu em meio a seus vícios, sua vida conturbada, e às chacotas que sofria todo dia. Amy Winehouse é a chacota mundial, o que é um horror. Amy é um dentre tantos outros gênios incompreendidos e auto-destrutivos da música. A história se repete.


Quanto mais sei sobre Amy, mais quero que ela saia dessa. Ela é totalmente incrível.

Amy, come back , baby! Recolha seus cacos e volte, com suas neuras e suas brincadeiras, com seus doces e seus amargos, mas volte a ser Amy e deixe-nos felizes por você, por seu talento, e por sua loucura tão genial.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

da série "notícias q":

MULHER ENCONTRADA MORTA SENTADA NA FRENTE DA TV APÓS 42 ANOS



Hedviga Golik serviu uma xícara de chá para si mesmo, se sentou na sua poltrona favorita e foi assistir um pouco de televisão.
ela foi vista pela última vez pelos vizinhos em 1966, e dada como desaparecida.

incrivel.
alguem desaparece e ninguem pensou em procurá-la na própria casa?

um policial, disse que o ambiente era inquietante.
móveis, eletrodomésticos, roupas, objetos... tudo intocado por mais de 40 anos.
a xícara de chá de hedviga ainda estava em cima da mesinha ao lado da poltrona.


veja aqui a reportagem completa.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Na onda do Vegetarianismo

Pois é gente, eu também entrei na onda do vegetarianismo. Nessa semana, estava eu fazendo meu lanchinho da madrugada quando, por acaso, liguei a tv na mtv onde estava passando o programa "debate mtv" no qual o assunto do dia foi o vegetarianismo. Bom, eu costumo não dar muita importância para o que vejo na tv mas esse programa me irritou um pouco pois me senti atacado com os depoimentos dos pró-vegetarianismo e percebi que os contra praticamente não tiveram chance para debater, devido também à falta de argumentos. Assim, escrevi o Manifesto Anti-Vegan para a degustação de todos. Aí está o link. Bom apetite.


http://rapidshare.com/files/117712334/Manifesto_Anti-vegan.pdf.html


(Aqui mesmo na Que legal existem pessoas que não comem carne. Minha intenção não é ofender ninguém com isso. Isto é um texto defendendo uma idéia, sem ofensas. Algo para ser discutido. Abraços.)

sábado, 17 de maio de 2008

Saudades/Desilusão



Sabe a nova estratégia de marketing da Mastercard que as pessoas podem mandar o momento que não tem preço delas?


Toda vez que eu tenho a infelicidade de ver isso eu me penso no meu momento sem preço. O de rever meus pais, minha cidade, meus amigos, minhca casa, minha cadela, os lugares que por 15 anos frequentei e que fazem parte de mim.


Claro que não vivo de nostalgia, mas não é um sonho americano sair de casa para fazer universidade. Na realidade, é que mostra a realidade. O quanto as pessoas são mediocres e infantis, essa parte dói. Já que se sai de casa com o pensamento que de rodeado de pessoas maduras e inteligentes a saudade e a lembrança de que sua casa está ha mais de 3 mil quilometros é praticamente esquecida.


Intrigas, fofoquinhas e a ignorancia prevalecem, isso, até mesmo na universidade é uma grande maioria. O que brocha, horrores. Pra compensar isso e a saudade de casa faço o possivel para ocupar minha mente e meu corpo sem gastar muito dinheiro (controlar o dinheiro é uma das realidades ao se sair de casa), e como a vida e a sua carreira é construida a partir do seu nome, nada mais lógico do que começar a trabalhar na construção do mesmo. Sou monitoria voluntária numa Oficina de Criação de Pipas com crianças, faço o máximo possivel para receber a maior quantidade possivel de trabalho lá, nos trabalhos da aula normal também, já que falaram que eu queria fazer tudo até, mas. É preciso de alguém com vontade e pé no chão.


Ninguém vive nesse mundo viajando na maionese, isso, meu caro, é impossivel. Projetos a serem realizados em 2 semanas estourando DEVEM ser realizados com a maior simplicidade e ergonomia possivel, não dá para criar 10 mil coisas desnecessárias!Isso me irrita. A falta de noção da realidade, do tempo, do custo/beneficio. Meu Deus, e essas pessoas se gabam de si mesmas! Muito! Inteligência não é aquilo legal que você viu na internet ou no Discovery Channel. Não é falar tudo o que sabe, saber as palavras do dicionário, simplesmente não é!


Inteligência é saber usar sabiamente todo o seu repertório. Muito fácil e ainda assim, conseguem complicar a vida!

domingo, 6 de abril de 2008

Da série: tentando usar o MSN para o bem




Conversa afiada:

Chinaski vs Regis


RR -acha que se tivesse grana seus problemas seriam todos resolvidos?

DC -ter grana resolveria quase todos os meus problemas. Então, tento manter esperança de que, se ganhar alguma, conseguirei dar rumo a muita coisa. O que me preocupa é o que eu não vou conseguir comprar.

RR -a grana satisfaz nossos desejos. a maioria... concordo com você. mas vem uma culpa, não sei de onde...

DC -pq culpa?

RR -os desejos, eles se multiplicam. dá medo ter grana

DC -sabe qual é o meu medo em relação a ter grana?

Eu fico me imaginando em algum ponto do planeta, em 24 horas, comendo e bebendo pouco, do bom e do melhor, pra não engordar e conseguir ficar elegante num vestido Prada e sentindo a velha sensação de que estou fugindo alucinadamente de alguma coisa

RR -meu medo é me render às facilidades da grana. é ficar o dinheiro por ele mesmo...

DC -Meu medo é de ser esquecida pelos detalhes...as pessoas se lembram de mim por eles, os detalhes. Eu não tenho milhões de amigos simplesmente pq não sou uma amiga maravilhosa. E as pessoas se lembram da minha ausencia e me cobram por isso. Então sei que sou amada. Se tiver muita grana, as pessoas nem vão reparar no meu defeito e por isso, serei totalmente esquecida.

RR -tenho medo da internet, dessa coisa do longe perto...

DC -Sabe que estou brincando com a coisa do longe perto? É jogar a rede longe demais...e ainda assim conseguir ver o que vem com ela...

ou vai me dizer que não estamos conversando? que não dividimos músicas, coisas, pensamentos de longe?

e sentimentos, e planos, e sonhos, e desejos,

está tudo aí, preto no branco

RR -sim, a gente joga a rede longe demais.

e a vida física fica complicada...

DC -fica e não fica!

não fica e fica!

RR -tá mas num tá




(Resolvi deixar a conversa original, pra transmitir o feeling. Quando um zine começa a postar conversa de MSN, galera... é porque o bicho tá pegando criatividademente...)

segunda-feira, 3 de março de 2008

Viajandoooo oho o-o



Sexo, gastronomia e música de qualidade, A Profaníssima Trindade. Não há lugar melhor para compartilhar minhas experiências literárias ao redor de uma das pessoas mais profanas que viveram até hoje nesse mundo, Henry Miller. Foi sempre no litoral que me afundei de cabeça e alma nos Trópicos. Dessa vez em Santa Catarina, curtindo o que o Brasil tem de melhor: praias paradisíacas, corpos esculturais e cerveja gelada. Quando o sol brilhava, curti areias claras e belas paisagens como a de Taquaras e Estaleirinho, além de um mar refrescante e revigorante. Mas é na calada da noite, no ápice da madrugada, no turno da lua brilhar quando percebo que no Brasil não há Champ Élysées, casas com piano em bairros ordinários, bandoleiros improvisando nas esquinas ou mesmo os bailes da Broadway. É nesse momento que sinto que preciso mergulhar agora em outro mar. Um oceano de palavras escritas com carne, sangue e paixão. Quando todos os corpos desmaiam embriagados de sono e eu sou a única alma realmente viva na escuridão, mergulho sem hesitar, como o mais viril dos homens adentrando um harém repleto de virgens sedentas. São inúmeros os orgasmos espirituais, não quero mais sair. Vou até o esgotamento total do corpo, já é dia e adormeço. Do fundo do oceano de palavras, volto com a força de um tubarão que persegue sua vítima com tanto vigor que salta para fora da superfície deslumbrando um mundo totalmente novo e iluminado. Só Miller pode proporcionar essa vitalidade.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

E agora José?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Leis que PRECISAM ser criadas


Ai. O sistema legislativo desse meu Brasil é tão inútil, tão acéfalo, tão sádico. Ficam criando leis permitindo sacanagens e impostos, mas coisa útil que é bom, nada. Minhas sugestões para o Governo Federal são:



1. Proibir escadas em baladas e festas open bar

TENSO! Escada em balada é altamente TENSO! Por 3 motivos :

1. baladas e festas open bar são reduto de gente alcoolizada, e álcool + escada não combinam.

2. salto alto + escada + escuridão total = queda louca e insana

3. ter de ficar subindo e descendo escada num lugar em que você tem de RELAXAR faz mal pro meu sedentarismo

2. Proibir sonzeira "sou praieiro sou guerreiro" nas ruas durante noites de sábado

Desculpem-me , mas eu não sou obrigada a ficar ouvindo psáááái trance , nem o "AH QUE ISSO ELAS ESTÃO DESCONTROLADAS" muito menos o "I'll be your umbrella ELLA ELLA Ê Ê Ê" do carro ao lado, quando estou indo sair à noite.

3. Aliás

Tirar a música "Umbrella" da Rihanna de circulação, pelo amor de Deus!

4. Proibir a combinação shorts branco curtíssimo, transparente e justo + saltão plataforma na beira-mar

Como Julia Petit já disse sabiamente, na praia não existe combinação mais ridícula e potranca do que essa.

5. Proibir a produção de roupas laranja

Fantasia de gari não é legal.

6. Todo brasileiro tem direito a uma hidromassagem

E tenho dito.

7. Obrigar a volta do Lado B , Covernation e Barraco MTV.

Porque só nessa época era legal assistir à Êmitiví.

8. Abrir mais emissoras de rádio voltadas pro rock.

Brasil 2000 virou rádio tocadora de hardcore, e a KISS Fm fica tocando Rush o dia todo. E pensar que nos EUA tem uma rádio voltada só pra Punk, outra só pra New Wave... Primeiro Mundo, né garele.

9. Abrir mais salas de cinema culturais em outras cidades.

É meio cansativo você ter de ir pra São Paulo pra assistir "Viagem a Darjeeling" e voltar.

1O. Toda cidadã que rale loucamente estudando numa universidade ferrada tem direito a um sapato , um perfume importado e uma peça de roupa do Alê Herchcovich por mês.

Essencial.

E pra terminar: música do ABBA rolando solta, sempre.

Com papel alumínio enrolado no corpitcho, que é luxo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

.


Este maço de cigarros
Num dia cinza
Que te faz pensar nos amigos
Desperdiçados
Por palavras que tu disseste

Nada mais é do que um caminho
Para longe
Para fora da tua escuridão
Que na verdade não acaba
É infinita dor que te amarra