sábado, 9 de junho de 2007

Como vai você?



Bem, vou logo sendo sincera, não tenho muita paciência e gosto em escrever, talvez eu tenha um “dom” já que tenho que ficar escrevendo “poesias” e “textos” para alguns eventos do colégio, mas isso não vem ao acaso. Dificilmente irei escrever sobre coisas profundas ou o que for, meus colegas fazem isso muito bem com um nível literário muito maior. Apresentações sobre quem eu sou e o que eu faço não são necessárias, boa parte do que eu faço está exposta na maravilhosa rede mundial, internet.
Mas indo para parte divertida, meus posts vão ser os menos introspectivos, e pra começar bem nesse início de inverno... Que tal um biscoitinho amanteigado? Não! Não é brincadeira! É rápido, prático e tem pouca louça para lavar!

Ingredientes:
1 xícara de farinha de trigo
½ xícara de manteiga
¼ de xícara de açúcar
1 colher de café de essência de baunilha


No meu caso, quando eu fui pegar a forma só tinha uma de pão enferrujada, para ninguém morrer em casa (ou na sua) é só forrar com papel manteiga (papelaria e supermercados vendem isso)
Mas se sua assadeira estiver limpa unte-a com manteiga/margarina.


Antes/Depois


A xícara de farinha / ½ de manteiga
DICA! Use a manteiga em temperatura local, se estiver dura esquente por 15 segundos no microondas.


Açúcar / Baunilha
Dica! Não exagere muito no açúcar desejar o biscoito bem doce.


Mão na massa / Esse é o ponto da massa, HOMOGÊNEA.
DICA! Se não ficar homogênea é só por mais manteiga, seja gentil, só um pouco.


Forminhas / O forno deve estar pré-aquecido, então quando você estiver fazendo a massa deixe o forno ligado.


O biscoito leva entre 15-25 minutos para ficar pronto, que tal lavar a louça enquanto isso?


Louça lavada, veja se os biscoitos estão moreninhos, se estiverem pode tirar!


Depois de pronto tire os biscoitos e os deixe descansar até ficarem frios.
DICA! Cappuccino ou chocolate quente são a compainha perfeita.

"O seu problema, Eleonora, é que ninguém mais usa broche. Pega até mal".



A tendência do momento é trabalhar em algum escritório que detecte tendências. Tem gente que ganha dinheiro para palpitar sobre o último grito, a grande novidade, o que todos vão consumir amanhã (mas que só alguns antenados – termo em desuso – já perceberam que aquilo vai bombar em 2008, 9, 10). Veja a lista:

- Corte de cabelo "desfiado a unha";

Você cortou com navalha?! Eita, cruzes! Coisa mais 2005.

- a última versão do melhor-DJ-inglês-do-mundo-de-psy-progressive-tribal-xaxado;

Ele toca 2 vezes por mês no Rio. Em São Paulo , toca 5 ou 6. E os paulistanos acham que é isso bom.

- a verdura mais amiga da circulação sangüínea;

Rúcula é para a classe média. Os mesmos que acham que catupiry é coisa chique.

- o aluguel de puteiros nos centros das cidades para servir de cenário daquela festa moderneeenha;

Veja bem: festa em puteiro é tendência; festa em motel é ultrapassada. Até a Hebe já deve ter feito festa de aniversário numa suíte de motel com churrasqueira, DVD e TV a cabo. Acredite: a piada de ligar a TV no SexyHot não dura mais que 5 minutos. "E aí? Quem vai temperar a maminha?"

- a redenção do kitsch.

Tenha cuidado! Esse é um terreno escorregadio: Odair José, Sidney Magal, pingüim de geladeira... esses podem, mas já não impressionam ninguém. Anos 80, festa Ploc, paquitas e Mara Maravilha continuam proibidos: kitsch é uma coisa, idiotice é outra. A onda do momento mesmo é a revalorização do "minha-avó-way-of-life" e o ressurgimento do bigode.

(Agora com licença, que eu vou mandar este post por e-mail para todos os formadores de opinião e pessoas da mídia em geral, na esperança de também ganhar dinheiro caçando tendências. Se nada der certo, eu viro designer).

sexta-feira, 8 de junho de 2007

A condição, o Condicionado e o Condicionador



Esta é uma peça divida em três atos.

Ato I: A Condição

Dar ao texto um tom filosofal, banal ou humorístico? Fazer o leitor pensar em dúvidas existenciais como “se você fosse obrigado a escolher entre não fazer nada e viver de memórias ou não ter memória e fazer as coisas mais loucas possíveis, o que você escolheria?”, ou fazer um diário de piadas como “Sem Plumas” de Vossa Excelência Woody Allen? Comentar “melhores da vida” como em “Alta Fidelidade”, ou propor manifestos? Covardia ou coragem? Megalomania ou modéstia? Extremos dão-se as mãos? Pasteurizados ou padrões? A-há! Os dois últimos não são extremos.

Vejo que o texto optou pela metalinguagem, e pela “ó tão falada” ‘linguagem rebuscada’. Ah, quantas palavras bonitas para descreverem uma situação! Desculpe-me, não situação e sim “condição”: Porque todos nós temos válvulas de escape para desenvolver o processo criativo.

Eu, por exemplo, coloco músicas POP, e literalmente POP, que vão de Britney Spears à Glória Gaynor, e danço feito uma retardada em frente ao meu computador. Essa cena é real, não se assustem. Invento coreografias ‘E’ncríveis e por aí vai.

Bem em frente ao escritório há uma grande janela, espécie de janela-porta, e se qualquer um passar na rua quando a janela estiver aberta e eu estiver dançando feliz, poderá apreciar a minha humilde pessoa em momentos sem igual! Aliás, às vezes morro de medo disso acontecer, e fico olhando pela janela, para ver se há algum carro parado em frente da casa me observando. Paranóias à parte, essa foi a condição.

Ato II: O Condicionado

O condicionado pode ser qualquer um, qualquer um mesmo: Eu posso ser o condicionado; você, leitor, pode ser o condicionado! As falas desse papel são de fácil memorização, e qualquer um tem capacidade suficiente para interpretá-lo sem fazer grandes esforços. Elas geralmente se resumem a “Ai, não consigo.”; “Não dá.”; “Vou desistir.”; “Não! Seja persistente”; “Eu tenho que conseguir!”. E uma improvisação nunca é de mal grado.

O condicionado pode ser estudado, principalmente, pela teoria da psicologia comportamental, o famoso “behaviorismo”. Para quem não sabe: é uma teoria sobre estímulos e as respectivas reações a eles. O que me lembra “LOST”, e que eu perdi o fio da meada. Já fui fã de carteirinha, nunca perdia um episódio sequer. Agora desandei nessa vida e vou ter que esperar para ver a maratona. Porque, não sei se vocês sabem, mas às vezes eu crio alguns tipos de CONDIÇÕES para fatos e, em relação à “LOST”, a condição que criei foi que o bacana do programa é a trama em si, e não o show televisivo. Portanto a brincadeira é ser masoquista e ficar uma semana inteira pensando o que acontecerá no episódio seguinte. Conseqüentemente, não baixo episódios pela Internet; não os alugo em DVD; não compro pirata. Nada disso importa, porque o que realmente importa é a condição em que me coloquei, ou seja, como me transformei no “condicionado”.

Ato III: O Condicionador

“Shampoo, qualquer um. Condicionador, só Monange.”

FIM

O INCRIVEL MONSTRO VERDE COMEDOR DE PEDRAS

Há muito tempo, quando o mundo não era mais que algum preenchimento no nada, vivia nosso protagonista. E seu habitat era a floresta de Uriak, na Normândia Ocidental. E ele não tinha nome. E ele comia pedras.

Lá na Normândia, vivia nosso amigo em sua caverna, que ficava exatamente 100 metros abaixo da terra. De lá, tirava ele todas as pedras necessárias a seu sustento – sua preferida era a hematita. Era um monstro solitário, enfim. A verdade há de ser dita. Mas não deixava de dar suas festinhas de tempos em tempos. E sua estação predileta era a primavera, e sua parente predileta era a prima Vera. E conhecia muita gente da comunidade Monstro. E tinha também seus coleguinhas da floresta. Era um monstro muito sociável, afinal. Certo, talvez não fosse ele tão solitário. Mas já dizia Richard Blenn: "Todo solitário é um sonhador". E o monstro era um sonhador.

Manhã de 25 de Maio de 1864: estava lá nosso monstro em cima de seus tornozelos e perto do vaso chinês, em frente ao vestíbulo - ele cortava suas unhas. A tesoura era uma Walita T-987 ("Mais confiança e durabilidade"). Seu pescoço tinha uma mancha azul com a forma da Itália. Ou de um pato. E ele bocejava sua falta de pensamentos. Incrível o que a memória pode trazer à tona. (malditos flashbacks).

Houve um dia em que o monstro precisou da assinatura do Jonathan. Mas a questão é que Jonathan não existia. Isso constituiria um problema, é claro. Mas não para o nosso querido monstro, que conhecia um estratagema.

Jonas Donizeti era o estratagema que todos queriam ter. Ele era bonito, gordo, viçoso e cheirava a mobim; gostava de baião, new age e palavras como "bujão", "agogô", "lambari" e "purungo". Jonas não sabia inglês, não sabia como era possível roubar toda a decoração de um McDonald´s sem se ser pego, não sabia a diferença entre uma camisa e uma camiseta, não entendia a função dos pernilongos na cadeia alimentar e também não sabia por que a água girava sempre pro mesmo lugar em seu hemisfério. Mas Jonas sabia uma coisa. Que nunca, sob hipótese alguma, deveria se misturar alcino policloretídico com diclofireno de benzanoato dentro de um Erlenmeyer. Não, isso nunca.

Seu melhor amigo, entretanto, era o desembargador Mendes Sá. O grande desembargador gostava de poemas.

Enfim, retornemos. O monstro, ele tinha um carinho especial por bichinhos de estimação. Carinho que dedicava ao George e ao Clooney, seus pôneis; ao Jim e ao Morrisson, seus ewoks; e à Samantha e à Margarida, suas lacraias. E eis que, por volteios do destino, vieram Samantha e Margarida a ter um filha. Ela cheirava a alecrim e falava engraçado. E quando ficou grande mudou-se para África e tornou-se a primeira ditadora negra do Quênia.

Mas nada disso vem ao caso. O caso ainda não estava solucionado.

No dia fatídico o careca passara frente à floricultura. Era noite. Ele tinha um sobretudo bordô, um queixo quadrado e uma cara holística. Chegou em casa instantes depois. Tantos instantes quanto o tamanho da avenida Apolo de Rotterdam. O careca lia Kafka. Seus filhos menores chamavam-se Processo e Metamorfose.

-Silk!
-Garf!
-Silk! Você sabe quais eram o nomes dos sete anões?
-Zinn! Mestre, Soneca, Feliz, Dunga, Zangado e Atchim. Silk.
-Ghag! Graf! Falta um.
-...
-Dengoso.
-Hiinf. Sempre me esqueço desse aí.
"Malditas sanguessugas. Comeram toda minha alface".- o monstro acordara de mau humor. E ele nem gostava de alfaces.

Por falta do que fazer, ele mancava de uma perna. Comeu algumas pedras e pôs-se a jogar jogo da velha. Estava ganhando de 5 a 2, quando sua avó ligou: "Você viu minhas violetas por aí, Não, vovó não vi, Que coisa estranha, elas estavam aqui ainda pouco, A senhora já olhou em baixo do moedor de cana, Não, boa idéia, obrigada, tchau, Tchau"

- Por aqui, que ela não está olhando
° Não, vamos embaixo do moedor de cana!
- Lá vem ela olhar, estúpida. Se abaixe.
° Por que você tem sempre que ser a líder?
- Porque eu consigo fazer isso. Observe.
º Oh!
¬ Oh!
§ Meu Deus!
-Vamos agora. Apaguem seus rastros.

E elas foram. Teníria, a líder do grupo, teve uma carreira de sucesso e foi morar em Massachussets, onde cultivou begônias e escreveu sua biografia.

As outras descobriram o ópio e nunca mais foram as mesmas.

Nota: Este texto faz parte de uma série com 6 episódios, que serão apresentados separadamente.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

'Agendas



Obrigado pelas agendas, gente. Não precisava tantas, mas tudo bem.
Gosto de ganhar agendas. Elas trazem um ar de otimismo e confiança no futuro. E de certeza implícita que eu vou estar vivo e ativo pelo menos durante mais um ano - e um mês, já que todas incluem janeiro do ano seguinte. Obrigado pela força gente.
(...) Como são muitas as agendas e só posso usar uma por ano, resistindo a tentação de ficar com todas e planejar várias vidas clandestinas em loucos anos paralelos, decidi ficar sempre com a que traz, além das tabelas e dos mapas, as fases da lua. Nem todos os editores de agenda se dão conta da importância de se saber exatamente quando é a próxima lua cheia. Somos uma minoria de obsoletos, reconheço. Românticos e lobisomens. Mas temos nossos direitos.'


Como o Luis Fernando Veríssimo, autor do texto acima, eu me esbaldo com agendas. E ultimamente estou com o costume de manter duas agendas por ano. A desse ano tem todas as características que o Veríssimo apontou ao longo do conto 'Agendas' - pesos e medidas, horário mundial, números romanos, Informações astrônomicas, países (informações diversas) etc - mas não tem mapas e nem as fases da lua. Das duas agendas minhas do ano passado, apenas uma tinha as fases da lua... mas isso não me faz falta visto que não sou romântica nesse nível e nem sou lobisomen. A minha vida não é tão interessante a ponto de eu precisar de duas agendas, um blog e um livejournal para contar o que se passa por aqui... por isso acho que eu gosto mesmo é de escrever... e colar fotos fabulosas nas agendas e publicar imagens absurdas no meu blog, mas devo confessar que eu também sigo "resistindo a tentação de ficar com todas e planejar várias vidas clandestinas em loucos anos paralelos..." . Tento evitar a esquizofrenia na medida do possível.


UpDate: Um bom feriado, galera!

PARIS IS THE CENTER OF THE WORLD



Paris é o centro do mundo.
E eu não estou falando da Cidade Luz. Meu negócio aqui é com a Srta. Paris Whitney Hilton, filha de um hoteleiro ricaço, tentativa de atriz, modelo e cantora, supercelebridade, criadora profissional de escândalos e milionária. E agora, na lista de atributos: presidiária.
Mas afinal, o que é que a Paris tem? Vamos olhar atentamente.

Bonita ela não é. Pelo menos para os padrões brasileiros e americanos, falta carne, tanto na frente quanto atrás. Esbanja um nariz de gancho adquirido após plásticas mal sucedidas. É loira tingida e usa lentes de contato azuis falsas. Ou melhor, ela é um espectro do que ela realmente era quando uma doce pré-adolescente moradora de Beverly Hills.

Tudo começou com um vídeo pornô caseiro com seu namorado à la Pamela & Tommy Lee. O negócio bombou tanto na Internet que hoje vocês podem ver o que Paris Hilton é. Ela não é mais uma celebridade, seu nome remete a o que é ser uma celebridade de sucesso hoje em dia: uma fábrica de escândalos (de preferência sexuais) que se veste pra chamar atenção, às vezes bem, às vezes com um gosto bem duvidoso.

Depois veio o Simple Life, com ela fazendo a Nicole Richie de MERA SOMBRA do talento da loira para aparecer. Quem caiu do cavalo? Ela. Quem fez mais escândalo pra ordenhar a vaca? Ela. I'm sorry, miss Richie, você pode ter emagrecido e anorexado e o escambau, mas a Srta. Hilton sempre estará lá para te ofuscar, no matter what.

O tempo passou, a loira fez furor no Brasil pra lançar perfume, namorou celebridades, virou musiquinha do Cansei de Ser Sexy, fez parte de boatos lésbicos envolvendo a aprendiz-de-barraqueira Britney Spears e fez até o Sr. Rei da botinha branca Rod Stewart ir na delegacia buscar a filhota Kimberly, que levou uma surra de Paris por ter se atrevido a ficar com o ex-namorado da herdeira Hilton.

Agora, por ter dirigido embriagada, pegou liberdade condicional, mas, para não se poupar de um escandalozinho, desobedeceu a regra e está no momento entediada e enrolando uma mecha loira do cabelo numa penitenciária feminina de Los Angeles. Detalhe que a garota só se apresentou ao local após ter feito uma aparição surpresa no MTV Movie Awards. Não é porque ela vai ser presa no dia seguinte que ela vai perder uma festa desse calibre, right?

A moça apareceu pela manhã na polícia, pseudocomportada, fichada e fotografada. Mal posso esperar pela mugshot, com certeza será um ícone, estampado nas camisetas mais indie de Nova York.

Porque Paris Hilton, medíocre ou não, gostem vocês ou não, tornou-se exatamente isso: um ícone. O site FreeWinona.com (criado para vender camisetinhas pró-soltura de Winona Ryder na época dos roubos) já está vendendo, claro, t-shirts com o lema "FREE PARIS", com direito a foto usando óculos máscara e tudo o mais. Se a clientela preferir, há também a opção "Free the bitch", na minha opinião muitíssimo mais condizente.

Há quem queira contestar o legado de Paris Hilton hoje em dia? Milhares de Britneys, Lindsays, Mary Kates e Ashleys, Pinks, Tara Reids e Nicole Richies, todas elas rastejando desesperadas para conseguir um pouco da glória espalhafatosa e insolente de P.W.H. Aliás, não lembrariam seus dois últimos nomes, Whitney Hilton, os de um outra musa louca por glamour e pedras de crack? E as semelhanças não param por aí: ambas são símbolos de sua geração, adoram coisas ilícitas e sim, passear de madrugada com casacos de pele e uma garrafa de uísque na mão é algo super normal.

Eu sinceramente aposto que, se Andy Warhol estivesse vivo, Paris seria sua mais nova superstar. Go, Candy Darling, go!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

O Plano



No mundo laranja
dos estranhos como nós
falamos falamos falamos
mas nunca ficamos a sós.

Bebendo e despencando
do jeito que gostamos,
odeio estar assim fazendo
rimas idiotas pelos cantos.

O plano era perfeito
um ciúme mui idealizado,
o sonho de me sentir melhor e
desejada por meu amado.

Foi mais uma idéia estúpida
nascida na minha nuca
que jamais curaria
a minha solidão maluca.

Pelo menos descobri que há
nesse mundo meio vazio
alguém assim como eu
um poeta nada sadio.

Obrigada por lerem meu texto



"Bons tempos aqueles em que os alunos me traziam maçãs". Isto eu suponho ter sido uma metáfora que uma professora minha usou hoje para nos lembrar de que um dia o mundo já foi bem mais cordial.

Nós nem paramos para pensar nisso, mas é uma verdade. Hoje, por mais educados que sejamos, jamais chegaremos ao nível de educação dos cavalheiros de antigamente. Usamos "obrigado" e "por favor" com menos freqüência. Também fazemos menos favores, e achamos que alguém está "abusando da nossa paciência" mais facilmente.

Nós não nos importamos com a pessoa que nos responde uma pergunta, com o rapaz que recolhe os pratos da mesa onde almoçamos, com o cabeleireiro, o feirante, etc. É claro que algumas pessoas agradecem de verdade e com um sorriso no rosto, mas pelo que eu vejo a maioria tem tanta pressa e tantas preocupações que acaba não tendo tempo ou paciência para ser educado.

A pressa é um grande problema moderno, e isso é freqüentemente abordado pelos meios de comunicação. Mas eles geralmente abordam o assunto visando alertar para o stress, não para a falta de educação. Esta anda realmente esquecida.

Deveria existir uma campanha de conscientização da necessidade de boa educação na sociedade. Nem nas escolas ela é trabalhada atualmente! É assustador pensar em escola sem aquela obrigação imposta pelos professores de ser bem educado sempre. O que eu antigamente achava um saco, mas agora vejo que faz falta.

Pensa nisso, galera. Ninguém precisa ser bajulador, mas ser legal não custa nada.


* Samya é uma daquelas "acadêmicas de todos os cursos", indecisa e perdida, que acha que não deveria ter agradecido porra nenhuma ao psicólogo que lhe aplicou os testes vocacionais. Que legal?

terça-feira, 5 de junho de 2007

Prato Principal



Aqui vai protesto. Um protesto contra o mau gosto.

Na verdade é um assunto chato, mas preciso desabafar. Pra semana que vem, prometo algo mais agradável aos olhos, que não tenha nada que ver com arquitetura.

Eu faço arquitetura, sabe? Como boa estudante, não tenho idéia se vou querer trabalhar com isso ou não, mesmo estando no quarto ano. Mas a arquitetura é daquelas profissões que você vira (ou sempre foi) eternamente aquilo. Eu não estudo arquitetura, eu não faço arquitetura. Eu SOU arquiteta, 24 horas por dia, querendo ou não. Isso na verdade é um alívio ao dilema anterior, por aquelas linhas tortas que só eu entendo no meu amor pela coisa.

E se tem uma coisa que me tira o sono, é por que as coisas têm que ser tão feias... Não os prédios. É mais grave.

Vivemos em um mundo altamente industrializado. A pré-fabricação é lei, as peças prontas são mais baratas do que as que se mandam fazer. Pois bem, então se cria um padrão estético atingível a todos aqueles com dinheiro suficiente para construir uma casa (os bem endinheirados, na verdade, mandam fazer, então eles ficam pra um próximo capítulo).

Mas POR QUE os armários, caixilhos, batentes, sofás, tem que ser desse jeito? Não seria esse o cenário ideal para a construção estética que a Bauhaus sempre sonhou? Faria diferença aos fabricantes fazer alguma coisa bonita ou feia? Que referências neo-historicistas são essas que nem se apropriam direito dos estilos? Será que esse é o gosto estético das massas ou elas simplesmente escolhem entre o lixo? Existe algo como educação estética?

Não vou colocar imagens do que eu estou pensando porque não tenho fotos minhas. Mas todo mundo conhece aquela bela janela metálica preta ou prateada, que só abre metade, super generosa, sempre meia luz ou meio ventilado. É daquilo que eu tô falando. Todo mundo tem, até eu. Mas existem infinitas possibilidades de se pensar em aberturas mais bacanas. Poxa, as janelas coloniais são mais legais... Pelo menos abrem por inteiro, tem mais a ver com o nosso clima. Eu não sei onde que a gente perdeu a funcionalidade das coisas. E não foi nem em troca da forma!

Tem piores ainda... Portões de garagem que dão vontade de chorar.

Não sei se consegui expor o que me aflige. Escrevi um texto há um mês mais ou menos sobre isso, talvez mais bem estruturado, mas bem menos didático – no sentido de que alguém que nunca surtou nessas questões talvez me ache alucinada. Quem sabe coloco aqui algum dia? Quem sabe já pareci alucinada?

Reitero a promessa de que semana que vem falo de um assunto melhor. Ou escrevo um conto, veremos.

Sobremesa

Ouçam: Regina Spektor – Hotel Song
Para a próxima semana: Kings of Leon

Equilíbrio, minha gente.



"Esse projeto tão legal onde o que manda é a anarquia moderada (moderada porque tudo em excesso faz mal e você sabe disso)". Foi através dessas sábias palavras redigidas pela Morgs que percebi que talvez eu teria uma função importante neste Zine. Após um tempo de convívio virtual com meus colegas, não foi difícil perceber que os gostos (musicais principalmente) e preferências penderiam um pouquinho para o mesmo lado. Também não vejo outro local em que alguém daria liberdade para um cabeludo enjoado opinar e discutir sobre coisas que não são totalmente do universo de cabeludos enjoados. Sendo assim, meu lado da balança será o da brutalidade sonora, da selvageria glamourosa, do mal (do mau gosto você deve estar pensando... Rah! do seu, não do meu, seu moderninho infeliz). Sem mais delongas, eis a primeira reflexão:

Uma visão da relação moda & música contemporânea (rock'n roll), tendo
como objeto de análise os indivíduos/instrumentistas moderninhos autodenominados Indies, Emos e afins.

Aí vai:

Tua camisa listrada é horrível e você não tem talento pra tocar guitarra.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Ser legal



As pessoas acham que ser legal é fácil. Temos que interagir com as pessoas, ser simpáticos com elas, mas não podemos ser muito legais senão nos tornamos chatos, "melentos", puxa-sacos... Temos que saber a hora certa de ser legal e a hora certa de dar um puxão de orelha, implicar ou fazer uma piadinha politicamente incorreta – pessoas legais adoram piadas politicamente incorretas.

Às vezes conhecemos pessoas que achamos super legais e, para conquistar sua amizade tentamos ser legais também (afinal, pessoas legais sempre andam em bandos). Isso vive acontecendo comigo! Sempre que alguém me conhece, tenta ser legal comigo. Acho que eu ando por aí com uma placa escrita: "Sou legal, sou cool e quero fazer amigos".

Já me meti em várias roubadas por causa disso. Na faculdade, eu era legal com todo mundo. Inclusive, eu conhecia muita gente. Claro! Eu era do centro acadêmico e vivia interrompendo as aulas pra avisar sobre as passeatas, as invasões da reitoria e os atos pelo bandejão. Eu tinha que ser legal, porque meu papel já era chato o suficiente. Se eu não fosse legal seria "o ato do eu sozinho", o que não seria nada eficaz.

Mas nem todo mundo na faculdade era legal. Aliás, existia MUITA gente chata que eu tinha que aturar e fingir que eram legais. Rir de suas piadas sem graça, concordar com coisas absurdas só pra evitar ficar mais de cinco minutos na presença delas. Uma certa pessoa sempre me parava nos corredores e não se importava se eu falava que estava atrasada pra aula: sempre me alugava horas pra falar dos problemas do banheiro sem papel higiênico, ou do teto do ateliê, que caía aos pedaços. Tinha gente que só vinha falar comigo sobre essas coisas. Sim, eu me importava com tudo isso, mas na hora do almoço não é legal conversar sobre a insalubridade as instalações sanitárias de uma universidade pública. Dá ânsia!

Depois que mudei de faculdade resolvi que ia fazer a anti-social. Só ia me socializar com pessoas legais e os chatos eu ia ignorar piamente, sem perdão ou peso na consciência. Não nasci pra Maria! Pra que agüentar os chatos? Afinal, eu sou legal. Eu sou cool! Mas eu NÃO QUERO FAZER AMIGOS!!!!!!!!

Como se explicar fosse ajudar em algo...



Mas vamos tentar.

O 'Que Legal Zine' é um blog cria de uma comunidade do orkut.
Sim, uma comunidade absurda de nome 'Que Legal' onde alguns membros corajosos decidiram matar a idéia da Micó, de criar esse zine, no peito e partir pro abraço prometento sangue suor e lágrimas em dedicação¹ a esse projeto tão legal onde o que manda é a anarquia² moderada (moderada porque tudo em excesso faz mal e você sabe disso).

Vai ter de um tudo por aqui³.
São mais de 16 pessoas esdrúxulas que escreverão textos absurdos para seu deleite.
Cada dia, dois novos textos (se o juízo de todos participantes permitirem) serão publicados aqui trazendo sempre algo de curioso, interessante, importante, reflexivo, didático, emocionante ou simplesmente engraçado e desnecessário como 80% da internet!

Sendo assim, como diriam aqueles caras de Liverpool:

'It's wonderful to be here
It's certainly a thrill
You're such a lovely audience
We'd like to take you home with us'

Então aproveite nossos despautérios e volte sempre!

¹ Mentira! Metade dos autores são procratinadores crônicos e serão turistas aqui. Mas turistas bacanas, de sorriso sensual e coisa e tal.
² A anarquia aqui é séria, tão séria que eu estou sendo anárquica e subversiva ao mesmo tempo escrevendo e publicando esse texto que não era para existir e que nem passou por uma revisão. Se houver erros no texto, sorria, dê de ombros e continue a leitura.
³ Isso aqui vai ser über legal porque vai ter top 5 alternativo, vai ter relatos de cobaias paras coisas e serviços experimentados, vai ter gente defendendo discos/filmes/livros favoritos e os 'diários de bordo' mas curiosos possíveis!


Ahhh, já coloca na sua lista de favoritos, vai!

P.S.: Foi legal quebrar uma regra e publicar um texto fora do dia reservado a mim. Mas agora me dá um frio na barriga de ser sacaneada e colocada pra fora do 'Que Legal Zine'. Então, se não me expulsarem daqui, você irá ler um texto meu no domingo. Volta para ler meu texto, hein! Vou ficar esperando... se eu voltar também, é claro.

Já tá bom, né?

Beijosocaralhoissoécoisadebixa



Oi.

Estou sem tempo pra escrever algo realmente bonito para um blog. Mentira. Passo o fim de semana quase inteiro no mais completo ócio na frente do computador, na minha cama, na cozinha ou jogando conversa fora com a minha vó, que é muito boa de papo, aliás. A verdade é que tenho receio dessas coisas da internet. Acho tudo muito acessível. Isso me dá uma certa angústia. Mas vamos lá.

Sabe, esse primeiro post poderia ser algo como uma apresentação, onde contaria resumidamente um pouco da minha passagem por esse planeta até o presente momento, das coisas que eu gosto e das coisas que eu não gosto nele. Das minhas referências bibliográficas, artísticas, musicais. Do quanto eu sou superlegal e divertido, e que tenho realmente algo para mostrar pros outros. Na verdade tenho, mas isso não vem ao caso. Das coisas que eu faço e que não faço. Mais das que não faço, aliás. É tão mais fácil o não fazer tomar conta da nossa vida, né?

Hmmm, melhor não ficar falando muito de mim mesmo. Eu pelo menos detesto quando a pessoa começa a contar a vida dela em um blog. Ainda mais quando se força a escrever algo sobre ela. Fica uma leitura insuportável! E definitivamente começar um e-zine assim é brecha. Mudemos de assunto.

Falaram também que esse texto ia ser revisado. Portanto, se algo aqui neste espaço que me foi concedido não fizer sentido é porque fui censurado! Reclamem com a gerência! Não deixem a censura passar em branco! Peguem suas armas e saiam nas ruas protestar pela democracia!!! Avante!

Mas se estiver tudo bonitinho, é porque fiz algo politicamente correto. Daí nem percam tempo lendo, porque vai ser a mesma ladainha de sempre desses blogs de internet, só que sem a fotinha olhando pra cima.

Ah, e eu vou ter uma fotinha também! E vai rolar tipo uns links aí embaixo do meu post pro meu myspace (claaaro que eu sou superdescolado e tenho myspace!!!! se me add eu respondo “thks for the add ;*), pro last.fm (dos meus tempos de indie... saudades...), pro meu orkut (porque sou brasileiro e todo mundo que é brasileiro tem orkut, porra) , pro meu blog pessoal (ai, gente, eu tenho que desabafar nalgum lugar, né? rsrsrsrsrsr), pro meu currículo do sistema lattes, pros meus livros publicados, pra minha coluna na Folha Ilustrada, etc etc et cetera.
Enfim, parece que vai ser bem legal, né?

É.

Ah, o texto. Como eu disse, estou sem tempo pra ficar escrevendo aleatoriamente. Sou uma pessoa muito ocupada. Só vai rolar daqui a quinze dias, acho.

No início era o nada...



A Que Legal Zine, blog coletivo, ou como quer que decidamos chamar daqui pra frente, veio na minha cabeça em mais um dia de trânsito pesado que a querida cidade de São Paulo nos proporciona, enquanto eu estava escutando o último CD do Kings of Leon (Because of The Times – 2007).

Ao mesmo tempo em que eu achava a coisa mais linda de todos os tempos e queria engolir as músicas pra virar parte delas, eu fazia uma análise musical faixa a faixa, e então eu pensei "Puxa, bem que eu queria contar isso pra alguém".

Daí eu lembrei da Que Legal, que reúne pessoas diferentes e divertidas, cheias de idéias na cabeça também, e sugeri pra eles que a gente criasse um espaço onde fosse possível todo mundo jogar suas idéias, críticas, análises, pirações e divagações juntos, pra ter mais força e diversidade de temas. Eu tinha pensado numa mídia impressa, mas ela é muito pouco prática, ainda mais considerando o raio de abrangência latidudinal dos participantes da comunidade.

Pra minha alegria – e como eu já esperava, a idéia foi abraçada, amplamente desenvolvida e chegou aqui. Então, que legal, deu certo. E que pânico. Vou ter que pensar coisas que valham a pena ser lidas toda semana. O faixa-a-faixa do KOL vai ficar mais para adiante, só pra não começar tão óbvia.