quinta-feira, 16 de agosto de 2007





"- Gosto muito de pôr-do-sol. Vamos ver um...
- Mas é preciso esperar...
- Esperar o quê?
- Que o sol se ponha.
Tu fizeste um ar de surpresa, e, logo depois, riste de ti mesmo. Disseste-me:
- Eu imagino sempre estar em casa!
De fato. Quando é meio dia nos Estados Unidos, o sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr-do-sol. Infelizmente, a França é longe demais. Mas no teu pequeno planeta, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejavas...
- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes!
E um pouco mais tarde acrescentaste:
- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?
Mas o principezinho não respondeu."

(Por Antonie Saint-Exupéry, em 'O pequeno Príncipe')

Eu ganhei esse livro da minha mãe quando tinha uns 8 ou 9 anos. Infelizmente algum amigo de infância bem bacana levou meu livro para passear e nunca mais trouxe de volta. E semana passada eu senti saudades do livro e decidi comprá-lo. Acho o livro fofo do início ao fim e por uma coincidência, nessa semana eu estava bem contemplativa, introspectiva e o meu compromisso favorito do dia era ver o pôr-do-sol da janela do meu quarto.

Um professor de fotografia certa vez me disse que em concursos de 'melhor fotografia' as primeiras a serem deixadas de lado ou marcadas para uma segunda análise são as que registram o pôr-do-sol. Concordo, com espetáculo desse o fotógrafo nem precisa ser muito bom para capturar uma imagem fantástica.

Sim, eu estava triste na semana dos pores-do-sol na minha janela.

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