quinta-feira, 12 de julho de 2007

Crônicas de meus assaltos



A primeira vez que fui assaltado foi aos 13 anos, numa pracinha perto de casa. Minha vizinha passou do outro lado da rua e me deu tchauzinho e minha empregada me censurava pela janela achando que estava fazendo amizade com más companhias. Se eu fosse mais sagaz nessa época teria sido fácil escapar do assalto, mas eu com todo meu pavor e inexperiência da época entreguei meu tênis, carteira e relógio sem nenhuma objeção.

O segundo veio muitos anos depois, se não me engano aos 19, e sem dúvidas foi o mais inusitado. Estava descendo do ônibus quando um sujeito me parou e perguntou que horas eram. Eu respondi e fui andando. Um pouco mais adiante ele me parou e me pediu 1 real, eu disse que não tinha. Mentira, mas acho esse povo que pede dinheiro um bando de preguiçosos e acho um absurdo ficar sustentando pedintes. Flanelinhas conseguem ainda ser mais irritantes, mas isso pode ser assunto para outro texto. Bem o sujeito teve a audácia de dizer que duvidava que eu não tivesse 1 real e que iria me dar uma facada na barriga se eu não desse minha carteira para ele. E eu, na mesma cara de pau, disse que duvidava que ele tivesse uma faca e saí andando. Ele ficou pasmo parado um tempo depois correu atrás de mim e disse que estava só brincando e queria saber onde ficava a Rua Santo Antônio. Eu mostrei a ele e voltei pra casa. Chegando lá minha pressão caiu e eu decidi nunca mais agir de forma tão destemida assim.

Mais recentemente fui assaltado novamente, há cerca de um mês atrás. Estava voltando de uma chopada, bêbado que nem uma porca, e eu tenho uma péssima mania de quando estou bêbado e desanimado com a festa, vou embora sozinho, sem avisar ninguém. O problema é que estava num lugar perigoso muito longe do centro, ainda tomei a péssima decisão de voltar de ônibus. Num tem como quantificar a burrice que fiz aquele dia, mas foi muita! Era como sair andando pela rua com uma plaquinha escrito “Me assaltem” levantada. Aí num deu outra, nem cheguei ao ponto de ônibus e tomei uma rasteira por trás e me cataram celular e carteira. Senti-me como aquelas zebras do Discovery Channel, que estão tomando água tranquilamente num lago quando são surpreendidas pela mordida de um crocodilo.

Não bastando eu levantei e comecei a gritar para que devolvessem meus documentos. Logo após surge um segundo bando com um carinha falando “Pó véi, cataram seus documentos? Mas que babaquice essa! Vou pegar com eles de volta pra você”. Não deu nem tempo de agradecer quando tomei uma segunda rasteira e me tomam tênis e relógio”.

Depois desse segundo assalto em menos de 10 minutos fiquei jogado no chão um tempo quando uma garota da gangue volta com meus documentos e pergunta se eu não queria mais algo. Eu quase pedi um copinho de água com açúcar porque estava muito nervoso, mas decidi deixar pra lá. Encontrei uma amigas, liguei pro meu pai e voltei para casa.

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