sexta-feira, 13 de julho de 2007

'Arakaturama

Kûarasy îemoúneme, abá andubaba îemoun abéne
Pytunpukuramo ã ‘ara oîkóûne
Abáetá te’õ suí osykyîéne, mopoxysaramo ybaka osepîakyne
Abáeté oîkobékatune, tekóabate oîkoéne... aûîeramanh~e.


Essa é minha versão, em tupi antigo, da profecia maya de 2012. O Padre José de Anchieta, poucos anos após sua chegada no Brasil, já começava a esboçar a gramática da língua falada em praticamente toda a costa brasileira. Se o governador Mem de Sá não tivesse banido a língua e aniquilado os tupinambás após a Confederação dos Tamoios, essa é maneira que talvez nós estivéssemos falando e escrevendo até hoje, junto com o português, como é no Paraguai com o Guarani e o Espanhol.
Na verdade, minha intenção inicial era escrever um conto super bonito de um menino índio, falando sobre a descaracterização da identidade brasileira e do genocídio da cultura ancestral. Mas o texto ia ficar muito grande e ninguém tem muito interesse nesse tipo de tema. Então, estou aqui só pra lembrar que o homem branco aniquilou 5 milhões de índios durante a exploração do nosso território. Ainda há judeus para lembrar o holocausto, mas é difícil ver um índio caminhando na rua.


(Se alguém estiver interessado na tradução da profecia é só falar que eu disponibilizo nos comentários)

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