sábado, 23 de junho de 2007

Conservatório



"Esse dia úmido há tempos não existe.
A flor do jacarandá, fresca na calçada,
me avisa sobre o lugar que, de alguma maneira
(além dos cheiros e da temperatura),
me faz voltar àquela tarde de uns anos atrás
quando eu ainda era apenas curiosa,
laço rosa,
soprando velas...

... Lento...

Essa placa de casa me diz nada além do nome
(cujo o sentido eu não sei),
ela somente traz a dúvida do que seria.
Eu espio como sempre, e pela janela vejo
um menino tocando seu mudo violino.
Porém isso ainda não me responde.
Aí sinto permanecer
o meu leve flutuar...

... Sopra...

Passa o velho com seu cigarro
(fumaça de palha),
guiando o ar para, outra vez,
me levar
àquela mesma tarde,
donde eu sempre
me sinto
segura em estar."

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